UGT sedia Seminário sobre representação sindical no serviço público


As Centrais Sindicais estão reunidas no Seminário de Representação Sindical dos Servidores Públicos num grande e amplo debate sobre a representatividade atual dos servidores públicos – nas esferas federal, estadual e municipal – com intuito de buscar alternativas para as relações de trabalho no setor público.


O seminário acontece agora e vai até o final do dia (22/07), no auditório da União Geral dos Trabalhadores (UGT), na Bela Vista, centro de São Paulo.


No período da manhã, os representantes das Centrais e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) abriram o evento ressaltando a importância deste encontro, onde se somam forças, em prol da categoria.


Ricardo Patah, presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores, disse que a UGT tem com muita clareza, desde sua fundação, que estas questões encontram situações de muita adversidade, sobre tudo com órgãos fortes como o Ministério Público. Mas que os trabalhadores não devem se curvar às praticas antissindicais, e apontou como saída as discussões como a de hoje que “em conjunto, as centrais tem capacidade para lutar pelos interesses dos funcionários públicos de todo o país”.


Pedro Armengol, da CUT, falou que os servidores públicos são, em muitos momentos, vítimas de um sistema autoritário e que é preciso que as relações de trabalho sejam adequadas à realidade de hoje.Adilson Araújo completou dizendo que os servidores públicos precisam mostrar aos seus empregadores que são capazes de apontar qual a melhor forma de organização da categoria.


Lineu Mazzano, da Nova Central, lembrou que a organização da categoria deve responder, com a mesma agilidade que o mundo moderno requer, à falta de representatividade sindical.


Cosme Nogueira, da CSB, disse que os servidores públicos devem aproveitar este momento de campanhas eleitorais para dialogarem com os governantes para que a agenda da classe seja cumprida.


Flauzino Antunes Neto, da CGTB, levantou diversas práticas antissindicais que os servidores públicos sofrem, enfatizando a falta de correção salarial adequada e a ausência da convenção coletiva.


Paulo Varela, da CSP-CONLUTAS, lembrou que muitos servidores não se sentem representados por seus sindicatos e que, portanto, a mobilização deve ser conjunta para aumentar a capacidade de organização.


Ainda durante a manhã, Manoel Messias, Secretário de Relações do Trabalho (SRT), apresentou um histórico sobre a história do sindicalismo no Brasil e como se deu a organização dos trabalhadores desde a década de 30, com o nascimento da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT). E apresentou alguns casos reais para provocar a discussão sobre a auto-regulamentação do setor público.


Segundo o secretário Adjunto de Relações Internacionais da UGT, Wagner José de Souza, que coordenou as mesas de discussões, ao final do encontro houve consenso entre os participantes  quanto a unicidade sindical na representação da categoria, no que tange às esferas de atuação, federal, estadual e municipal. “Já no que diz respeito a categorização de Ramo e de Setor, as discussões ainda deverão ser mais aprofundadas”, explicou Wagner, informando que um novo encontro está previsto para ser realizado entre o final de agosto e início de setembro.

Por Giselle Corrêa, da redação da UGT