Após operação do Gaeco, prefeito pede afastamento do cargo


O prefeito de São Jerônimo da Serra, Adir dos Santos Leite (PSDB), pediu afastamento do cargo por 30 dias. A informação foi confirmada ao JL pela assessoria de comunicação da prefeitura. O prefeito é suspeito de participar de um esquema de desvio de dinheiro investigado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Londrina. Na semana passada, dois filhos dele, além de vereadores e empresários, foram presos na Operação Sucupira. Das 18 pessoas presas, 11 continuavam detidas na Unidade II da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL II) e no 3º Distrito Policial na manhã desta quarta-feira (13).
O ofício informando o afastamento foi encaminhado à Câmara de Vereadores na segunda-feira (11), mesmo dia em que ele suspendeu todos os processos licitatórios em andamento no município. No decreto de suspensão, Leite explicou que a medida foi tomada por tempo indeterminado e que as licitações poderão ser retomadas após a devolução, por parte do Ministério Público, dos documentos apreendidos.
Houve mudanças também na estrutura do Departamento de Licitações do Município. O antigo diretor foi exonerado do cargo, para depois ser nomeado diretor de Fazenda, Compras e Contratos Administrativos e gestor dos fundos municipais de Assistência Social e Saúde.
Outra medida assinada pelo prefeito no mesmo dia foi a redução do expediente de atendimento ao público. A justificativa, segundo o documento, é a “necessidade de se restabelecer a ordem interna da Prefeitura Municipal”.
Relembre o caso
O Gaeco e o Ministério Público cumpriram, na madrugada de 6 de agosto, 18 mandados de prisão e 48 de busca e apreensão em São Jerônimo da Serra, a 90 quilômetros de Londrina, no Norte do Paraná. Mais de 80 policiais participaram da Operação Sucupira, que se estendeu para os municípios de Santa Cecília do Pavão, Maringá, São Sebastião da Amoreira, Fazenda Rio Grande, Pinhalão, Nova Santa Bárbara e Mandirituba.
Os dois filhos do prefeito do município, Adir dos Santos Leite (PSDB), estão entre os presos na operação. Eles são investigados por desvio de verbas públicas. Além deles, três vereadores também foram presos temporariamente. Contra eles havia mandados de prisão em aberto pela suspeita de envolvimento no esquema fraudulento.
“A Prefeitura contratava com certas empresas, que realizavam apenas parte dos serviços. Mesmo assim, a nota era emitida em valores integrais. A diferença em dinheiro era repassada de volta para a organização, que dividia os valores”, disse o promotor do Gaeco, Cláudio Esteves. São investigadas também as empresas envolvidas no esquema. Segundo Esteves, a lista vai desde postos de combustíveis a fornecedores de peças automotivas, alimentos e prestadores de serviços.
Fonte: Jornal de Londrina