Impostômetro atinge R$ 1 tri, 15 dias antes que em 2013


O Impostômetro, iniciativa do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) em parceria com a Associação Comercial de São Paulo, que estima o total de impostos federais, estaduais e municipais pagos pelos brasileiros ao longo do ano, atingiu ontem a marca de R$ 1 trilhão. O valor foi arrecadado com 15 dias de antecedência na comparação com 2013. 
A marca foi alcançada por volta das 11 horas e mostrada no painel eletrônico instalado no centro da capital paulista e também no equipamento em frente à sede da Associação Comercial do Paraná (ACP), que registram em tempo real o total de tributos pagos aos três níveis de governos. Só no Paraná, tinham sido arrecadados R$ 13,784 bilhões até o início da noite de ontem. 
O presidente executivo do IBPT, João Eloi Olenike, explicou que o levantamento do Impostômetro leva em conta 63 tipos diferentes de tributos cobrados no País. ‘’Não temos mais surpresa com relação ao crescimento da arrecadação tributária e isso é decorrente da tributação basicamente sobre o consumoÂ’Â’, disse. Ele destacou que, qualquer aumento de preço em produtos, provoca aumento de arrecadação. 
Ele acredita que ocorra um aumento da arrecadação em relação a 2013, mas apenas uma elevação nominal e não real, por conta do aumento da inflação. Olenike destacou que o consumo é o mais tributado, principalmente os supérfluos como bebidas, cigarro e joias. Defende ainda que o governo faça uma reforma tributária. ‘’Precisamos de retorno desse dinheiro em forma de serviços para a população como educação, segurança e boas estradasÂ’Â’, destacou. Segundo ele, hoje a tributação corresponde a 36% do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil. 
O presidente da ACP, Antônio Miguel Espolador Neto, disse que o governo está arrecadando cada vez mais e o que preocupa é a contrapartida disso em saúde, educação e segurança. Segundo ele, se tivesse redução de impostos, os empresários poderiam beneficiar o consumidor com preços menores e os funcionários com salários maiores. A diminuição na tributação, de acordo com ele, melhoraria a margem de lucro das empresas. 
‘’Precisamos de uma reforma tributária urgenteÂ’Â’, declarou. Segundo ele, hoje as empresas pagam um total de 40% de impostos. Ele defendeu que os políticos façam propostas concretas que possam cumprir e que revertam em bons projetos em favor da população e dos empresários. 
MARCA
A cada ano, essa marca chega mais cedo. Em 2008, primeiro ano em que a carga fiscal chegou ao valor de R$ 1 trilhão, ela foi alcançada em 15 de dezembro; em 2009, um dia antes (14 de dezembro); em 2010, em 26 de outubro; em 2011, em 13 de setembro; em 2012, em 29 de agosto. 
Com o R$ 1 trilhão arrecadado é possível contratar mais de 62 milhões de policiais por ano, construir mais de 3,4 milhões de postos de saúde, construir mais de 72,5 milhões de salas de aula, comprar mais de 37 milhões de carros populares e construir mais de 28,6 milhões de casas populares de 40 m². 
No último dia deste ano, o Impostômetro deverá superar R$ 1,7 trilhão, valor arrecadado no ano passado. No ritmo atual, os brasileiros pagam R$ 4,464 bilhões por dia em tributos. Isso dá uma média de R$ 186 milhões por hora, R$ 3,1 milhões por minuto e R$ 51,7 mil por segundo. Neste ano, cada brasileiro já pagou R$ 5 mil em tributos. 
Fonte: Folha de Londrina