Saúde tem deficit de funcionários, diz pesquisa


A Comissão de Seguridade Social da Câmara Municipal de Londrina concluiu que faltam 334 funcionários nas unidades municipais de saúde, incluindo as 52 unidades básicas (UBS), cinco unidades de pronto atendimento, policlínica, maternidade, Centrolab e Centrofarma. O levantamento, feito a partir de março por meio de visitas e formulários respondidos pelos coordenadores das 61 unidades, também constatou falta de equipamentos e estrutura precária. O relatório final foi apresentado em audiência pública na noite de quarta-feira. 

Ao todo, segundo a comissão, a Saúde tem 1.570 funcionários, incluindo médicos clínicos gerais, ginecologistas, pediatras, dentistas, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, auxiliares de dentista, administrativos, de limpeza e agentes comunitários de saúde. 

O maior deficit de funcionários é de agentes: atualmente 287 estão trabalhando e seriam necessários mais 98. Porém, proporcionalmente, a maior defasagem é de ginecologistas. São 33 e seriam necessários mais 36. "É a situação mais preocupante porque isso gera esperas de até cinco meses para atendimento", disse Gustavo Richa (PHS), presidente da comissão, também composta por Tio Douglas (PTB) e Vilson Bittencourt (PSL). 

Quanto aos equipamentos, o vereador disse que há problemas básicos, como falta ou defeitos em autoclaves (para esterilização de objetos). "Tem postos com autoclaves de 1970 que apresentam problemas semanalmente." O relatório também aponta falta de ventiladores, lixeiras, tampa de privada, cilindros de oxigênio, computadores e desfibriladores. "A comissão pretende apresentar um projeto de lei obrigando que os freezers das UBS tenham gerador para não haver perda de vacinas quando houver queda de energia", adiantou. 

Ele acrescentou que estuda a possibilidade de apresentar projeto de lei para criar uma espécie de fundo de emergência para a saúde, que possibilitaria gastos para objetos de pequeno valor, como pilhas ou tinta de impressora. 

O terceiro problema nas unidades é a estrutura. Há móveis velhos e mal conservados, problemas em telhado que geram goteiras, rede hidráulica e elétrica defasadas ou com defeitos, falta de bancos de espera, rachaduras nas paredes e banheiros em estado precário. 

Richa disse que o relatório final será apresentado ao prefeito Alexandre Kireeff (PSD) no próximo dia 10. A comissão apresentou 436 requerimentos e 75 pedidos de informação ao Executivo. O próprio Executivo reconhece a necessidade de contratação para a Saúde, mas alega que não há recursos suficientes.

Fonte: Folha de Londrina