A Organização Internacional do Trabalho - OIT, em parceria com o Seguro Social de Acidentes Alemão e da Associação Internacional de Seguridade Social - ISSA, realizaram, de 24 a 27 de agosto, o 20º Congresso Mundial sobre Segurança e Saúde no Trabalho 2014, em Frankfurt, na Alemanha. Participaram cerca de 4 mil especialistas em segurança, polÃticos e cientistas de 139 paÃses, segundo informações da Rádio ONU. O tema geral do Congresso foi "Um mundo sem acidentes ocupacionais sérios ou fatais é possÃvel".
O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, alertou para a situação inaceitável de 2,3 milhões de mortes por ano por acidentes e doenças do trabalho, e de 860 mil pessoas que sofrem algum tipo de ferimento todos os dias no mundo. Segundo ele, os custos globais, diretos e indiretos, chegam a 2,8 trilhões de dólares, ou quase 7 trilhões de reais.
Ryder afirmou que os números são maiores do que mortes em guerras. Disse que "acidentes ocupacionais representam, em primeiro lugar, tragédias humanas, mas as sociedades e as economias também pagam um preço alto." Falou, ainda, "que um local de trabalho seguro e saudável é um direito humano básico e que deve ser respeitado em todos os nÃveis".
O Brasil contribui significativamente para a estatÃstica mundial com seus mais de 700 mil acidentes e adoecimentos em consequência do trabalho por ano. O paÃs é o quarto colocado no ranking mundial. Uma das medidas para alcançar a meta de eliminar acidentes graves e fatais é investir em prevenção, que se traduz em fiscalização preventiva e em campanhas de conscientização para trabalhadores e empregadores. Desta forma o paÃs estará criando, para gerações futuras, uma cultura de prevenção capaz de reverter esse quadro.
Mas o trabalho tem que começar agora, já. Concurso para Auditor-Fiscal do Trabalho, campanhas permanentes, punição para empregadores negligentes, são algumas das medidas que deveriam ser imediatamente implementadas. É uma decisão de governo, pela vida, pela redução dos gastos da Previdência Social e de uma legião de trabalhadores lesionados. O Ministério do Trabalho e Emprego deve ser o protagonista dessa virada. Os Auditores-Fiscais do Trabalho estão nessa luta e precisam de apoio para alcançar todos os locais onde sua presença é necessária.
Fonte: Sinait