Greve dos Correios pode gerar complicações ao consumidor


Na próxima segunda-feira, os trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) realizam a última rodada de negociações na tentativa de evitar uma paralisação geral da categoria. Caso nenhuma nova proposta seja apresentada pela empresa, os funcionários devem cruzar os braços a partir de quarta-feira em todo o Brasil. E, como as conversações até agora não avançaram, o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR) acredita que uma nova greve esteja na iminência de começar. 

Para evitar dores de cabeça, os consumidores precisam ficar atentos em relação a prazos de vencimentos de contas e outros pagamentos que precisam ser efetuados; além de encomendas a serem enviadas ou aquelas com data marcada para chegar. De acordo com a supervisora do Setor de Atendimento Pessoal do Procon-PR, Alane Borba, a paralisação dos serviços não tira a obrigação de pagar faturas, boletos bancários ou qualquer outra cobrança. 

"O consumidor deve esgotar todas as possibilidades de atendimento pelos meios normais e alternativos. No caso de uma possível greve dos Correios, o não recebimento da conta não isenta da cobrança de multas e juros para pagamentos fora do prazo. Desta forma é necessário que o consumidor procure negociar com a empresa outra forma para fazer o pagamento, como emissão de segunda via ou depósito em conta", explica. 

Alane ainda ressalta que, ao entrar em contato com a empresa, é importante anotar o protocolo de atendimento, o dia e a hora desse contato. Em vários casos, o boleto bancário pode ser impresso, acessando a página do fornecedor na internet. Também é possível contatar o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da empresa e solicitar a remessa do boleto por e-mail ou fax, pedir o código de barras do documento, ou local para efetuar o pagamento. 

O estabelecimento comercial, por sua vez, deve oferecer ao consumidor outras formas de pagamento, além do boleto bancário. Caso o fornecedor não ofereça alternativa para o pagamento, o consumidor poderá questionar a incidência de juros ou multa sobre a sua fatura. "Se o consumidor tiver algum prejuízo, pode procurar os órgãos de defesa do consumidor, que tomarão as providências no sentido de que ele fique isento do pagamentos dessas cobranças, por exemplo", completou Alane. 

Em relação às empresas que tiverem um contrato direto com os Correios, como no caso de entrega de encomendas por Sedex, elas têm o direito de receber indenização se tiver algum tipo de prejuízo com uma possível paralisação, ressalta o órgão. 

NEGOCIAÇÃO
Conforme o Sintcom-PR, na última reunião com a ECT foi apresentada uma proposta de reajuste salarial de 6,5%, o que, segundo a entidade, representa apenas a reposição da inflação. A categoria cobra aumento real de 8% e reposição de perdas de 11,3% de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) que não teriam sido pagos no mês de maio. As reivindicações também incluem aumento no valor do vale alimentação dos atuais R$ 28 para R$ 40 por dia e vale cesta de R$ 158,45 para R$ 400. 

Os trabalhadores também pedem contratação de mais funcionários, melhores condições de trabalho, jornada de seis horas para os atendentes comerciais, mais segurança nas agências e entrega de correspondências pela manhã. A categoria também é contrária à privatização e terceirização dos Correios e exige que o plano de saúde volte a ser gerido pela ECT e a revogação da Lei 12.490/11, que permite que a estatal crie empresas subsidiárias e adquira controle ou participação acionária em sociedades empresariais já estabelecidas.

Fonte: Folha de Londrina