Professores do Paraná decidiram, em assembleia realizada no último sábado, paralisar as atividades nas escolas públicas estaduais no próximo dia 26, quando ocorreriam as eleições para diretores da escola, transferidas para o ano que vem após aprovação, pela Assembleia Legislativa, de projeto de lei encaminhado pelo governador Beto Richa (PSDB). A paralisação, segundo os professores, seria uma resposta "à atitude antidemocrática do governo Beto Richa" e à truculência da segurança da Assembleia Legislativa, no dia 4 de novembro, ao retirar os professores que protestavam contra o projeto do plenário da Casa, e marcará ainda um dia de luta pelo cumprimento dos itens pendentes da pauta. 

Os professores decidiram também iniciar, a partir de amanhã, uma semana de desagravo à violência contra os educadores, com o mote "Luto pela escola pública" e a realização de um ato nacional, com o caráter de denúncia, em Brasília durante a Conferência Nacional de Educação (Conae), contra as práticas que consideram "antidemocrática e antissindical no Paraná". 

A APP-Sindicato denuncia, também, uma "campanha velada" de diretores da Secretaria Estadual de Educação (Seed) contra a entidade. O sindicato revelou um e-mail, enviado por chefias de núcleos de educação pedindo a desfiliação de professores da APP. Segundo os emails, a desfiliação estaria sendo articulada por conta do posicionamento político da entidade e da "tentativa de tornar o dia 4 de novembro o mesmo do 30 de agosto (data que é lembrada pelo confronto da polícia militar com professores em 1988)". 

A FOLHA recebeu cópia de um desses e-mails, que teria sido disparado por duas servidoras da Seed. A reportagem tentou contato tanto com a secretaria como com a Agência Estadual de Notícias, mas não foi atendida.

Fonte: FOLHA DE LONDRINA