Escolas municipais retomam as aulas com poucos professores e problemas estruturais


O ano letivo na rede municipal de ensino de Londrina começa nesta quinta-feira (29) com grandes desafios. Um deles é estrutural, já que na véspera do início das aulas ainda há escolas sendo inundadas pela chuva. O outro diz respeito aos professores das 4ªe 5ª séries, que devem passar por uma qualificação para melhorar a qualidade do ensino.

A análise foi feita pela diretora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, Mariangela Bianchini, em entrevista ao JL por telefone na manhã desta quarta-feira (28). Segundo ela, avaliações sistêmicas mostraram que alunos dos anos finais do ensino fundamental são os que apresentam mais dificuldades em disciplinas fundamentais como português e matemática.

“Nos três primeiros anos percebemos uma grande melhora. Acredito que isso seja reflexo do trabalho feito junto aos professores dentro do Pnaic [Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa, do governo federal], que englobou os docentes do 1º, 2ºe 3º anos. Vamos fazer um trabalho interno junto aos professores das 4ª e 5ª séries nos mesmos moldes desse programa federal”, disse. Esta formação terá duração de 160 horas, divididas durante o ano letivo.

Outro aspecto dessa formação complementar, segundo Mariangela, é minimizar as diferenças entre as escolas do centro e as mais afastadas. A “espinha dorsal” do ensino é única, mas cada escola acaba fazendo adequações na proposta pedagógica. “É possível perceber pelo Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] que nas escolas mais periféricas as notas foram mais baixas. Isso pode ter acontecido por diversos fatores, como a rotatividade de professores. A proposta pedagógica é a mesma em todas as unidades, por isso precisamos entender o que causa esta diferença entre as escolas”, avaliou.

Novos professores

O déficit de professores na rede municipal deve ser reduzido com a contratação de 300 novos profissionais. O projeto para um concurso público deve ser encaminhado para a Câmara de Vereadores ainda no primeiro bimestre, segundo a diretora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, Mariangela Bianchini. Por enquanto, os cerca de 40 mil estudantes, divididos nas 85 escolas e nos 28 centros de educação infantil, serão atendidos por professores em escala de horas extras.

“Temos um cadastro, um banco de dados que nos mostra quais destes professores estão dispostos a fazer essas horas extras. São algumas dificuldades pontuais, mas que devem ser resolvidas. Mesmo com um número enxuto de professores, mesmo com uma escala apertada, acredito que o ensino será de um nível muito mais do que satisfatório”, avaliou.

Fonte: Jornal de Londrina