Após reunião com Governo do Paraná, professores mantêm greve


Após reunião realizada na tarde desta quinta-feira (19) entre representantes do governo estadual e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), a categoria decidiu manter a greve, que já dura 11 dias. Entre as exigências para o fim da greve, estão o pagamento de benefícios atrasados e a reabertura dos turnos fechados no fim de 2014. Outra reunião foi agendada para as 10h de sexta-feira (20).

Funcionários e professores da rede estadual entraram em greve no dia 9 de fevereirio, quando iniciaria o ano letivo de mais de 950 mil estudantes. Desde então, os servidores estão acampados no Centro Cívico de Curitiba, onde fica a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e o Palácio Iguaçu, sede do governo estadual.

O encontro ocorreu no Palácio Iguaçu. Participaram da reunião: o secretário-chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra; o secretário de Educação Fernando Xavier Ferreira; a secretária de Administração, Dinorah Nogara; e o líder do governo na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), o deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB). Já os educadores tiveram nove representantes.

Depois da reunião, Sciarra afirmou que a negociação foi produtiva. "Conversamos sobre o pagamento dos atrasados, ou seja, aquela indenização dos professores temporários e também o terço de férias. Fizemos uma programação, um calendário de pagamentos. Nós teremos uma outra reunião amanhã entre a área da Educação e a APP-Sindicato para que a gente possa discutir questões que foram levantadas pelos professores. São temas administrativos e que, no nosso entender, podem ter o avanço necessário para que os professores, enfim, o comando de greve, possa se reunir e decidir pelo fim da greve", relatou.

De acordo com Sciarra, as questões relacionadas à previdência dos servidores passarão por um debate antes de o projeto, que trata do assunto, voltar à pauta da Alep – mudanças na previdência estavam previstas no pacote de medidas de austeridade apresentado pelo governador Beto Richa (PSDB). O "pacotaço", como ficou conhecido, gerou uma série de manifestações, além da ocupação da Assembleia Legislativa na semana passada.

A promessa do governo é de que os itens do "pacotaço" relacionados à Educação vão ficar fora dos projetos, que estão sendo revisados e voltarão a ser apresentados à Alep na próxima semana.

Pelo calendário, o terço de férias vai ser pago em duas parcelas, nos meses de março e abril. Já os contratados pelo Processo Seletivo Simplificado (PSS), que tiveram o contrato encerrado em dezembro, serão pagos no dia 24 deste mês. Quanto às progressões e às promoções, será feito um estudo para, então, uma proposta ser apresentada.

A diretora de finanças da APP-Sindicato, Marlei Fernandes de Carvalho, sinalizou que os avanços são positivos, porém, a decisão de aceitar as propostas e encerrar a greve acontece apenas numa assembleia estadual com a categoria. "No sábado [21], o comando de greve vai analisar tudo que foi proposto e acordado e decidir se convoca a assembleia estadual, que aí só aconteceria na outra semana.  Até lá, segue a greve. Mas, até agora, foram bons avanços".

Na reunião de sexta, serão tratados os temas relacionados às contratações de funcionários e de professores concursados e às distribuições de aulas e projetos.

“A categoria não confia mais na fala do governo. Existe um descrédito absoluto", disse o presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão, ainda antes do início da reunião.

Milhares de professores e funcionários da rede estadual de ensino passaram o dia reunidos em frente à sede do governo.

Fonte: http://g1.globo.com/pr