Desembargador determina retorno Ă s aulas


O desembargador Luiz Mateus de Lima determinou nesta quarta-feira (04) à tarde o retorno imediato das aulas nas escolas estaduais do Paraná, sob pena de multa diária de R$ 20 mil em caso de descumprimento. A decisão do magistrado atende a um pedido do governo do Estado.

O despacho saiu horas depois da realização da assembleia dos professores, que optaram pela manhã por manter a greve. Na decisão, Lima proíbe os grevistas de “vedarem e limitarem, de qualquer modo, os acessos às dependências de quaisquer órgãos públicos estaduais ou de impedirem outros servidores de trabalhar regularmente” e “autoriza-se o uso de força policial, caso necessário”.

O desembargador lembra que o governo estadual “já realizou algumas reuniões com o sindicato” e que “é inegável que houve alguns avanços nas negociações”.

Para ele, a duração da greve, iniciada no último dia 9, é “extremamente prejudicial a milhares de estudantes, os quais estão sendo as maiores vítimas de tal impasse”

Professores

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), Hermes Leão, foi informado pela reportagem sobre a decisão do Judiciário. “Lamentamos e repudiamos profundamente. A nossa indignação é gigante. O Poder Judiciário está cego para as demandas da população. Como é que uma decisão dessa acontece no mesmo dia que conseguimos reunir mais de 20 mil pessoas numa assembleia?”, questiona.

Leão afirma que aguarda a notificação para convocar uma reunião. Ele antecipa, contudo, que o sindicato vai recorrer da decisão. “Como é que alguém pode acreditar que há uma articulação política do sindicato para derrubar governo? Não estamos fazendo greve para derrubar governo. Estamos sem condições estruturais de dar aulas, com pagamentos atrasados”, reforça.

Executivo

Em nota divulgada após o resultado da assembleia dos professores, o governo estadual sustenta que “atendeu toda a pauta de reivindicações apresentada pela APP durante as negociações”. Na mesma nota, o Executivo pede que a decisão dos educadores seja reavaliada, “para que os estudantes e suas famílias não sejam ainda mais prejudicados por uma paralisação que não tem mais justificativas”.

Fonte: Jornal de Londrina