Reunião entre professores em greve e nova secretária termina sem solução


Após professores e funcionários das escolas em greve protestarem em frente à sede da Secretaria de Estado da Educação (Seed), em Curitiba, e dos Núcleos Regionais de Educação, em várias cidades do Paraná, a direção da APP-Sindicato se reuniu com a nova secretária de Educação, Ana Seres Trento Comin, nesta quinta-feira (7). Os professores da rede pública estadual estão em greve desde o dia 25 de abril. 

“Foi uma longa conversa em que reafirmamos todos os pontos da pauta, e a nova secretária mostrou-se disposta ao diálogo”, disse a professora Marlei Fernandes, da APP-Sindicato, depois de deixar a reunião, que começou às 11h e foi encerrada por volta das 14h. “A resolução da situação depende mais do governo do que da categoria”, completou.

Marlei disse ainda que Ana Seres se comprometeu a levar os temas levantados na reunião à Casa Civil e à Secretaria de Administração ainda nesta quinta e que não há definição sobre uma nova convocação de assembleia dos professores para decidir a continuidade ou não da greve. “Vamos aguardar o retorno da Secretaria de Estado da Educação nos próximos dias”. A última assembleia da categoria foi realizada na terça (5).

Procurada pela reportagem o G1, a Secretaria de Educação não se manifestou até a publicação desta reportagem. Em entrevista ao Bom Dia Paraná, a nova secretária garantiu que a prioridade é o retorno das aulas.

Com a paralisação, quase um milhão de alunos estão sem aula em todo o estado. A Justiça chegou a determinar o retorno imediato dos professores às salas de aula, mas o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) entrou com recurso.

Manifestações
Nesta manhã, professores estavam mobilizados em frente à sede da secretaria, no Água Verde. A Polícia Militar (PM) não soube dizer quantas pessoas participaram da manifestação na capital paranaense.

“Tivemos um único encontro com o secretário anterior e foi decepcionante. Ele abriu mão do debate financeiro, não apenas da questão salarial, mas também estrutural, no que tange a recuperação das escolas”, disse Hermes Leão, presidente da APP-Sindicato, antes do encontro com Ana Seres.

Leão criticou o alto número de mudanças na pasta da Educação. “Em cinco anos, é a quarta secretária deste governo. Esperamos que ela tenha um bom mandato. De qualquer forma, é inegável que se trata de uma pessoa que conhece o dia a dia da escola”, completou.

Entre as pautas de discussão estão o pagamento retroativo da data base de 2014 e o reajuste salarial. "Nós queremos conversar, queremos dialogar e abrir para as negociações". A secretária comentou ainda que, mesmo com a decisão judicial que considerou a greve ilegal, os professores não terão os dias faltados descontados.

Quatro meses de mandato
Fernando Xavier Ferreira, antigo secretário, havia sido nomeado para o segundo mandato do governador Beto Richa (PSDB), que começou em janeiro deste ano. Ele foi presidente da Telecomunicações do Paraná, diretor geral brasileiro da Itaipu Binacional e presidente da Telecomunicações Brasileiras.  De acordo com o governo estadual, ele pediu demissão na quarta-feira (6) por motivos pessoais. No mesmo dia, Ana Seres assumiu o cargo.

Confronto
O conflito de 29 de abril, que resultou em mais de 200 pessoas feridas, aconteceu no dia em que os professores protestavam em frente à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), no Centro Cívico de Curitiba, contra o projeto do governo estadual que mudava a forma de custear a ParanaPrevidência, o regime da Previdência Social dos servidores do estado.

Lei sancionada
Apesar do conflito, no mesmo dia, os deputados aprovaram o texto em segundo turno e em redação final. No dia seguinte, foi sancionado pelo governador.

O objetivo é dar fôlego ao caixa da administração estadual, proporcionando economia de R$ 125 milhões por mês. Em janeiro deste ano, a ParanaPrevidência pagava R$ 502.185.821,98 mensais em aposentadorias e pensões nos três fundos que a compõem: o Militar, o

FONTE: http://g1.globo.com/pr