MPT pode criar força tarefa para fiscalizar rede McDonald s


O Ministério Público do Trabalho (MPT) deve formar uma força-tarefa com o apoio do Ministério do Trabalho e Emprego para verificar se o Mc Donalds tem descumprindo acordos judiciais e a legislação trabalhista em suas lojas em todo o país. A proposta foi discutida pelo procurador-geral do Trabalho, Luís Camargo, após receber nesta quarta-feira (20) o  diretor do Service Employees Internacional Union (SEIU), Soctt Courtney,  sindicato internacional do setor de serviços que representa 150 sindicatos e dois milhões de trabalhadores nos Estados Unidos (EUA) e no Canadá. 

 

Luís Camargo disse que vai se reunir com os procuradores do Trabalho, responsáveis por ações contra o McDonalds, para discutir o encaminhamento que será feito para a realização da força-tarefa. “Mas adianto que nosso trabalho tem que ser feito de forma articulada para buscarmos sempre uma solução para esses problemas”. 

 

O sindicalista americano disse que  McDonalds tem a prática de desrespeitar as leis trabalhistas em todos os países, não é exclusividade do Brasil. “A filosofia da empresa é pagar salários baixos e explorar os  funcionários com o objetivo que eles sempre peçam demissão”, disse acrescentando que numa pesquisa feita nos EUA com os funcionários da empresa constatou 85% deles sofreram queimaduras. “E sabe qual a posição da empresa? Ela mandava os funcionários colocarem mostarda no ferimento. Ou seja, o Mc Donalds não tem preocupação nenhuma com o meio ambiente de trabalho e com seus empregados”. 

 

O presidente da  Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (CONTRATHU), Moacy Auersvald, destacou que a entidade com outros sindicatos entraram com ação na Justiça contra a empresa por  violações a leis trabalhistas que abrangem infrações cometidas contra trabalhadores e ex-trabalhadores da rede em todos os estados. Além disso, foi pedido a proibição de abrir novas lojas no país, enquanto não forem resolvidos esses problemas. 

 

A ação do MPT da Justiça do Trabalho de Pernambuco, que originou o acordo judicial, em 2012, para o McDonalds acabar com a jornada móvel variável, teve grande repercussão mundial, de acordo com a advogada do sindicato americano, Mary Joyce. “O Brasil tem uma importante liderança mundial nessa questão e sempre que reunimos com outras entidades na Europa, querem saber como esta situação”. 

 

A reunião contou também a presença de representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e serviços (Contracs) e do Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis, Apart-Hotéis, Motéis, Flats, Pensões, Hospedarias, Pousadas, Restaurantes, Churrascarias, Cantinas, Pizzarias, Bares, Lanchonetes, Sorveterias, Confeitarias, Docerias, Buffets, Fast-Foods e Assemelhados de São Paulo e Região (SINTHORESP). 
 
Fonte: Procuradoria-Geral do Trabalho
Assessoria de Comunicação