Ex-prefeito terminou gestão sob críticas


Prefeito de Londrina por dois mandatos consecutivos, entre 2001 e 2008, Nedson Micheleti (PT) deixou a chefia do Executivo com baixíssima aprovação popular. As principais críticas eram sobre falta de eficiência na administração de serviços básicos da cidade, como limpeza pública e asfaltamento das ruas, e um desgaste com o funcionalismo, que ficou oito anos sem reajuste, segundo o Sindicato dos Servidores. 

Nem mesmo André Vargas, então candidato a suceder Nedson nas eleições municipais de 2008, conseguia defender o companheiro petista nos debates. O período de maior proximidade entre os dois foi no primeiro biênio do governo municipal: o deputado cassado foi líder do prefeito na Câmara. A relação se manteve ao longo dos dois anos seguintes, quando Vargas foi eleito presidente estadual do PT. Em 2003, Vargas passou a ocupar uma vaga na Assembleia Legislativa; ao final do mandato, conseguiu se eleger deputado federal; em 2011, reelegeu-se. 

Além da desaprovação geral de sua administração, no campo da moralidade, Nedson foi processado pelo Ministério Público (MP) em pelo menos seis ações por improbidade administrativa. Foi acusado em duas situações de promoção pessoal com dinheiro público. Acabou condenado em primeira e segunda instâncias e continua recorrendo das decisões. Houve uma acusação de fraude em licitações, na qual também foi condenado pelo Tribunal de Justiça (TJ). Em razão disso, o petista está inelegível. 

Outra condenação de Nedson – também mantida em segunda instância – se refere à desapropriação e doação da área do Jóquei Clube para a construção do campus de Londrina da Pontifícia Universidade Católica (PUC). Em 2012, a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público acusou Nedson e o então secretário Jacks Dias de fraude na licitação da merenda escolar, que teria gerado rombo de mais de R$ 31 milhões aos cofres municipais. Os dois teriam embolsado R$ 1 milhão. A ação ainda não foi julgada. 

Com origem política no sindicalismo bancário, Nedson, antes de ser eleito prefeito, foi deputado federal por um único mandato (1995 e 1998). Natural de Rolândia, o ex-prefeito é formado em Filosofia e Ciência Sociais. Atualmente, ocupa cargo comissionado na Caixa Econômica Federal, em Brasília, banco no qual é titular de cargo efetivo.

Fonte: FOLHA DE LONDRINA