Professores em greve marcam nova assembleia para discutir proposta


O comando de greve da APP-Sindicato, que representa professores e funcionários da rede pública do Paraná, convocou na noite desta quarta-feira (3) uma assembleia para deliberar o futuro da greve das categorias. A assembleia será na terça-feira (9) , quando será analisada a nova proposta de reajuste salarial para servidores estaduais colocada em discussão.

Mais cedo, deputados estaduais da base do governo e da oposição fecharam um acordo de proposta, que acabou aceita pelo Executivo. Pela proposição, os servidores vão receber, em outubro deste ano, um aumento de 3,45%, em parcela única. O projeto vai garantir ainda reajustes para os servidores públicos até o ano de 2018. (Leia mais sobre a proposta abaixo)

Professores e funcionários das escolas estaduais estão em greve há 39 dias, na segunda paralisação promovida no ano. Além do acerto salarial, os trabalhadores exigem o compromisso do governador Beto Richa(PSDB) de que as faltas não sejam descontadas na folha de pagamento.

"Há um impasse no debate sobre a não punição das faltas com desconto de salário, e também queremos que se desfaça os processos judiciais contra a APP", afirmou o presidente do sindicato, Hermes Leão. Ele afirmou ainda que a Secretaria de Estado da Educação (Seed) informou que quatro faltas do mês de abril já foram lançadas, e que a folha de pagamentos de maio já foi consolidada.

"Eles disseram que tecnicamente teriam dificuldades para retirar isso, e não se comprometeram. Nós insistimos que o fim da greve está condicionado a isso", disse Hermes Leão. O professor afirmou que, inicialmente, a assembleia seria marcada para segunda-feira (8), mas que foi adiada em um dia justamente para o governo possa apresentar uma proposta de resolução deste impasse.

"Sem isso, vai ser muito difícil que a assembleia não aprove a continuidade da greve. Esse tema da não punição é fundamental", concluiu.

Nova proposta
Esta foi a segunda proposta elaborada na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) para solucionar o impasse entre governo e servidores. Na primeira versão, o objetivo era que o governo pagasse 3,45% do reajuste no mês de outubro, e os 4,72% restantes em dezembro - zerando assim as perdas inflacionárias do período (8,17%). O governador, porém, rejeitou a proposta.

No novo texto, que será agora analisado pelos servidores, o pagamento de 3,45% é referente à inflação entre os meses de maio, quando vence a data-base da categoria, a dezembro de 2014. Em janeiro de 2016, os servidores devem receber um novo aumento, com a inflação acumulada em 2015, mais um ponto percentual. A mesma medida deve tomada em janeiro de 2017.

Em maio de 2017, os servidores ainda devem receber um novo reajuste, em relação ao primeiro quadrimestre do ano. Já em 2018, a data-base voltará para o mês de maio, quando será paga a inflação acumulada no último período.

O presidente da Alep, Ademar Traiano (PSDB), afirmou que só colocará a proposta em votação na Casa quando os sindicatos sinalizarem o fim da greve.

FONTE: http://g1.globo.com/pr