Termina a greve dos professores da rede estadual; aulas voltam ao normal amanhã


Acabou a greve dos professores da rede estadual de ensino do Paraná. A decisão foi tomada em assembleia realizada pela APP-Sindicato na manhã desta terça-feira (9), no Estádio da Vila Capanema, em Curitiba. A iniciativa de acabar com a paralisação já havia sido sinalizada pela maioria dos núcleos sindicais: 23 dos 29 núcleos haviam votado pelo fim da greve na noite de segunda-feira (8). Ao fim da assembleia, a APP anunciou a volta às aulas para esta quarta-feira (10), mas a recomendação é que os pais liguem nas escolas dos filhos para confirmar o retorno.

Cerca de 10 mil professores participaram da assembleia, aproximadamente 3 mil deles vindos do interior do estado. O público foi menor do que nos encontros anteriores, quando até 20 mil pessoas estiveram no estádio.

Para o professor Arnaldo Vicente, da direção da APP Sindicato, a ideia é terminar a greve "com o apoio da sociedade". "Não podemos abusar deste apoio. E não queremos que a reposição das aulas se estenda até 2016. Isso nunca aconteceu." Para a entidade, se a greve fosse encerrada hoje, ainda seria possível concluir o ano letivo até perto do Natal.

Em seu discurso, o presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão, fez a defesa pelo fim da greve. Mesmo assim, disparou críticas contra o governador Beto Richa. "Não vamos dar trégua a esse governo tirano e ditador", bradou ao microfone.

Mesmo assim, ainda havia quem defendesse a manutenção da greve. É unânime para os líderes das 29 regionais do sindicato, que representam docentes e funcionários da rede básica em todo o estado, que a ideia de compensação completa da inflação de 2015 apenas para o ano que vem está longe de ser a ideal.

Proposta do Executivo

A proposta do Executivo consiste em pagar 3,45% de aumento (referente à inflação de maio a dezembro de 2014) em uma única parcela, em outubro deste ano. A inflação referente a 2015 será zerada em janeiro de 2016. As perdas inflacionárias de 2016 devem ser pagas em janeiro de 2017 – quando os servidores também ganham um adicional de 1%. A proposta prevê ainda a reposição da inflação de janeiro a abril de 2017 em 1.º de maio daquele ano – quando a data-base do funcionalismo estadual voltaria a ser em maio e não mais em janeiro como tinha sido colocado em uma sugestão anterior.

A favor da greve

Representantes dos núcleos de Londrina, Maringá e Foz do Iguaçu discursaram em favor da manutenção da greve. As palavras dividiram o público, que reagiu com muitas vaias e também aplausos aos oradores.

Aparentemente contrariado, o presidente da APP-Sindicato em Londrina, Márcio André Ribeiro, disse que mesmo aqueles que defenderam a continuidade da greve devem acatar a decisão da assembleia.

"Foi uma votação muito dividida, acredito que 60% a favor e 40% contra", avaliou, em entrevista por telefone. "Preferíamos algo melhor do que foi proposto, porque há muitas dúvidas ainda no ar. Os professores serão ou não punidos pelos dias parados? Não se tem a certeza. O secretário de Fazenda parece não saber o que está fazendo no comando da pasta. Mas entendemos que houve um esforço muito grande do comando de greve para fechar esse compromisso", disse.

Fonte: JORNAL DE LONDRINA