Universidades estaduais mantêm a greve


Se na rede estadual de ensino as aulas foram retomadas nesta semana, nas sete universidades estaduais do Paraná a greve continua. Os professores e funcionários da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e do Hospital Universitário (HU) aprovaram ontem a continuidade da greve pelo menos até a próxima semana, quando novas assembleias podem ser realizadas após a tramitação do projeto de lei na Assembleia Legislativa (AL), em Curitiba, que prevê o reajuste salarial do funcionalismo. 

A posição dos servidores é semelhante ao da maioria das entidades de classe que representam os 7,6 mil docentes e 17 mil agentes universitários paranaenses das universidades estaduais. Assim, ainda não existe previsão do retorno das aulas para os 100 mil estudantes do ensino superior no Estado, mesmo na Unicentro, em Guarapuava, onde o sindicato misto aprovou o retorno das atividades para a próxima segunda-feira, dia 15. 

O presidente da Assuel Sindicato, Marcelo Seabra, informou que os servidores técnicos da UEL e HU voltam a ser reunir na próxima quarta-feira, dia 17, no anfiteatro do hospital para discutir a proposta de reposição salarial do governo após a confirmação no Legislativo. O HU, assim como os demais hospitais universitários, segue restringindo o atendimento aos casos de urgência e emergência. "Estamos apreensivos com relação ao projeto, já que o presidente da Assembleia (Ademar Traiano) deu a entender que pode retirar a matéria de pauta, caso ocorra a apresentação de emendas. Achamos o projeto ruim, mas a retirada seria ainda pior", comentou. A proposta do governo é de 3,5% de reposição em outubro e mais 8,5% em janeiro de 2016, referente ao ano anterior. Além da reposição salarial, conforme os índices da inflação, o reajuste em 2017 ainda teria 1% para contemplar perdas anteriores. 

Questionado sobre o retorno das aulas, Seabra respondeu que a pressão popular que os professores estaduais sofriam era maior do que no caso dos docentes e agentes universitários. "A pressão é menor. No caso da UEL, alguns alunos são favoráveis e o Diretório dos Estudantes também está em greve", justificou. 

REIVINDICAÇÕES
O presidente do Sindiprol/Aduel, que representa os professores da UEL, Renato de Lima Barbosa, afirmou que ainda há previsão de uma nova assembleia da categoria, o que só deve ser discutido na semana que vem. "O governo ainda não apresentou nenhum argumento plausível para não atender a reposição salarial prevista em lei, conforme a inflação", criticou. Com a saída da APP Sindicato da greve, ele ainda defendeu a discussão de uma pauta voltada para as reivindicações das universidades estaduais. "O governo sempre ignorou os representantes das universidades enquanto atacava os professores estaduais. As instituições de ensino superior precisam de respostas em pontos como as verbas de custeios", acrescentou o presidente do Sindiprol/Aduel, entidade que também representa a Universidade Estadual do Norte Pioneiro (Uensp) e o câmpus de Apucarana da Unespar.

FONTE: FOLHA DE lONDRINA