Prédio do Centro de Saúde Especial é tomado por rachaduras e atendimento é suspenso


Situações adversas no Centro de Saúde Especial Bárbara Daher, em Londrina, não são exatamente uma novidade. Há cerca de dois anos, a falta de recursos financeiros quase fez o centro fechar as portas. Agora, problemas estruturais na sede do centro estão afetando o atendimento ao público, composto principalmente por pessoas portadoras de necessidades especiais. Por conta das fortes chuvas registradas na semana passada, o prédio que já tinha partes interditadas foi tomado pelas rachaduras.

A auxiliar odontológica Aline Lopes dos Santos levou um susto no início da semana, quando chegou a ficar presa dentro do prédio porque a porta não abria. “Como de costume, fui fechar a porta depois que nós entramos aqui. Quando precisei abrir, a porta simplesmente não se mexeu. Pedi socorro para as meninas que estavam do lado de fora e só conseguimos destravar a porta porque consegui sair pela lateral do prédio e forcei bastante”, contou.

O engenheiro Fernando Bergamasco, da Secretaria Municipal de Obras, esteve no local no dia seguinte ao incidente e contesta a informação dada por Aline à reportagem. “Eu estive junto com ela para testar a porta e posso dizer que a porta não estava travada. Mesmo assim, vamos apurar tecnicamente o que pode ter acontecido ali.”

As rachaduras não são novas e começaram a crescer há cerca de três anos. Em 2012, a direção do centro pediu uma reforma geral no prédio, de propriedade da Prefeitura de Londrina. A resposta foi negativa. Antes disso, em 2010, o centro cirúrgico já havia sido interditado por causa de infiltrações nas paredes. Segundo Aline, Bergamasco teria dito na primeira visita ao local que o prédio não precisaria de uma reforma geral.

“Ele disse que do Centro Cirúrgico para trás existe um dano estrutural e que ali sim deve ser feita uma reforma. Agora, aqui na parte da frente, ele nos garantiu que as rachaduras são pequenas e que não precisa de uma grande intervenção. Eu sou ignorante em engenharia, mas fiquei presa porque a porta não quis abrir. Lá no fundo as rachaduras também eram pequenas há três anos, e agora está tudo quebrado. Eles vão esperar mais três anos para a situação aqui da frente piorar? É como colocar remendo novo em tecido velho, não faz sentido.”

Novamente o engenheiro contestou a informação dada pela auxiliar à reportagem. “O prédio foi construído em 1992 e é claro que precisa sim de uma reforma. Até por conta do tempo de construção, o prédio está bastante desgastado.”

O engenheiro da Secretaria de Obras preferiu não determinar um prazo para o início e conclusão da reforma, já que, segundo ele, caberia ao secretário de Saúde, Mohamaed El Kadri, definir a utilização dos recursos destinado à reforma. “O que posso garantir é que desde segunda-feira [13] temos acompanhado diariamente a evolução dos problemas. Nesta tarde [de quarta] nossa equipe iniciou o trabalho para estancar a origem do vazamento no local”, explicou.

Ele afirma que há uma suspeita de que o vazamento seja causado pela ruptura no sistema de abastecimento, mas que isso deverá ser avaliado por uma perícia técnica. Ainda de acordo com Bergamasco, a obra deve seguir o cronograma natural previsto pelas secretarias.

O secretário municipal de Obras, Walmir Matos, está em Curitiba e disse que conversou com Bergamasco na noite de terça-feira (14). "A situação mudou", explicou Matos, "porque as fissuras e rachaduras evoluíram". Uma perícia externa deve ser contratada para fazer uma avaliação na estrutura do prédio nos próximos dias. "Uma equipe própria da secretaria vai fazer uma investigação preliminar, mas acreditamos que essa perícia deve indicar o que causou essas rachaduras. Vamos nos esforçar para atender da forma mais rápida possível, porque o serviço prestado pelo centro é muito importante", garantiu Matos.

Mudanças

Enquanto o prédio fica sem reforma, o atendimento ao público está suspenso. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o Centro de Saúde Especial será transferido para a Unidade Básica de Saúde (UBS) dos Campos Verdes, na Avenida Bento Amaral Monteiro, 1.660. Mas ainda vai levar um tempo: o atendimento só será retomado a partir da última semana de julho, sem data definida.

Fonte: Jornal de Londrina