Greve completa uma semana e fecha 644 agências bancárias no Paraná


A greve dos bancários, que completa uma semana nesta terça-feira (13), afeta 644 das 1.592 agências de todo o Paraná. De acordo com a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Créditos do Estado do Paraná (Fetec/Cut-PR), 17,9 mil profissionais aderiram à paralisação no estado.

A categoria estadual é composta de 31.514 trabalhadores, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados em agosto deste ano. As agências que paralisaram o atendimento ficam em Apucarana, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Curitiba,Guarapuava, Londrina, Paranavaí, Toledo e Umuarama. Essas bases representam 80% da categoria estadual, segundo a Fetec.

A paralisação, que suspende parcialmente o atendimento à população, faz parte da campanha de reajuste salarial nacional e, conforme o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, não há data definida para que os serviços sejam retomados.

Em Curitiba e Região Metropolitana, 255 das 539 agências bancárias estão fechadas. Segundo o sindicato, cerca de 12,9 mil bancários estão em greve. Na Região de Curitiba trabalham 18.525 bancários, de acordo com dados do Caged. Também estão fechados 11 centros administrativos.

Segundo o sindicato, além da região central da capital paranaense, a mobilização avançou para outros municípios da Região Metropolitana, como Campo Largo, Balsa Nova, Lapa, Rio Branco do Sul, Itaperuçu, Fazenda Rio Grande e parte de São José dos Pinhais.

No fim tarde desta terça-feira, os trabalhadores devem realizar uma assembleia para organização do movimento. Na reunião, marcada para às 17h, não haverá votação. A assembleia servirá apenas para fortalecer e mobilizar os bancários, segundo o sindicato.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que os clientes podem fazer saques, transferências e outras operações por canais alternativos de atendimento, como caixas eletrônicos, internet banking, aplicativos no celular (mobile banking), telefone, além de casas lotéricas, agências dos Correios, redes de supermercados e outros estabelecimentos credenciados.

Orientação do Procon
A greve não é justificativa para deixar de pagar as contas. É isso que afirma o coordenador do Procon de Londrina, Rodrigo Brum. Ele orienta a população sobre a maneira correta de agir nestes dias de greve.

"O consumidor não pode deixar de pagar as contas dentro do prazo por causa da paralisação. Ele precisa procurar meio para fazer o pagamento, seja por meio da internet banking, nos caixas eletrônicos que estão funcionando ou na rede autorizada para receber o pagamento, como farmácias, lotéricas e supermercados. Somente se não conseguir realizar o pagamento, o consumidor deve aguardar o fim da greve e depois fazê-lo", afirmou.

O coordenador lembrou ainda que os clientes de bancos só vão se livrar dos juros e multas por atraso, se comprovar que tentaram realizar o pagamento. Servem como comprovantes, números de protocolos, datas e nomes de atendentes com quem falaram. A reclamação também deve ser registrada no Procon.

Reivindicações
Além do reajuste salarial de 16% com piso de R$ 3.299,66, os bancários reivindicam participação nos Lucros e Resultado (PLR) de três salários mais R$ 7.246,82. A categoria também pede vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá de R$ 788 cada. Os profissionais também solicitam o pagamento para graduação e pós, além de melhorias nas condições de trabalho e segurança.

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou uma proposta, que foi rejeitada pela categoria na assembleia realizada em 1° de outubro. O reajuste oferecido pela Federação é de 5,5%, com piso de R$ 1.321,26 a R$ 2.560,23. A Fenaban também propôs PLR pela regra de 90% do salário mais R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22 e parcela adicional (2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.878,16).

Quanto aos benefícios solicitados pelos bancários, a Federação propôs auxílio-refeição de R$ 27,43, auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta de R$ 454,87, auxílio-creche/babá de R$ 323,84 a R$ 378,56, gratificação de compensador de cheques de R$ 147,11 e qualificação profissional de R$ 1.294,49, entre outros.

Fonte: http://g1.globo.com/pr