Comércio tem o pior Natal da década


O Natal de 2015 foi o pior da década para o comércio. Segundo a Serasa Experian, na semana de 18 a 24 de dezembro, as vendas do varejo caíram 6,4% em todo o País na comparação com a mesma semana de 2014. Trata-se do pior desempenho para um Natal desde a criação do indicador, em 2003, resultado que os economistas da Serasa Experian atribuem à inflação e ao desemprego em alta, crediário caro, quedas da renda real e dos níveis de confiança dos consumidores. 

Em Londrina, embora a Associação Comercial e Industrial (Acil) ainda não tenha divulgado balanço, acredita-se que a situação não tenha sido tão ruim. "Talvez tenhamos um recuo menor em virtude de nossa região ter um comportamento mais conservador quanto aos reflexos da economia. Assim como Londrina vem respondendo com atraso na queda do emprego, pode também acontecer com as vendas de Natal", afirma o economista e assessor da Acil, Marcos Rambalducci. A entidade só deve divulgar os números na próxima semana. 

Kátia Saito, gerente da G Baby, do Catuaí, diz que a loja conseguiu manter o volume de vendas do Natal passado, graças a um esforço realizado durante o ano. "Fizemos treinamento de pessoal visando principalmente reverter a rejeição nas vendas", afirma. A empresa também procurou mudar seu layout várias vezes, como forma de atrair os clientes. "Não deixamos a loja com a mesma cara", conta. 

As promoções, segundo a gerente, foram fundamentais para não haver retração nas vendas. "Estamos com produtos em promoção desde a black friday (27 de novembro)", afirma. Para garantir o bom resultado, a empresa também trocou a gerente. "Manter o mesmo nível de venda neste ano eu sinceramente considero um mérito", declara. 

Na Descontão, loja de roupas no centro da cidade, o gerente, Antônio Verza Filho, garante que houve um crescimento de 10% neste Natal. Para isso, diz que a empresa não poupou esforços, que incluíram ampliação da área de vendas em 30%. "Reduzimos as margens de lucro, colocamos muitos produtos em oferta, fizemos campanha publicitária e o resultado foi um volume muito grande de clientes na loja", afirma. Ontem, segundo ele, o estabelecimento ainda estava lotado. 

MARINGÁ


A Associação Comercial de Maringá (Acim) também não tem seu balanço, mas já sabe que o tíquete médio do presente de Natal na cidade caiu 20%, de R$ 100 para R$ 80. O presidente da entidade, Marco Tadeu Barbosa, espera um volume de venda menor, mas não sabe se a retração será no mesmo nível da apontada pela Serasa Experian. "Tenho essa percepção porque percorri as lojas no dia 23 e o pessoal disse que estava vendendo menos. Mas é apenas uma percepção, sem valor científico", conta. 

Fonte: Folha de Londrina