InĂ­cio do ano letivo pode ser adiado


A Secretaria de Educação de Londrina deve concluir hoje o levantamento de escolas atingidas pelas chuvas da semana passada. Dados preliminares apontam que 79 das 114 unidades do município foram afetadas. Com a conclusão do levantamento será possível saber quantas escolas serão parcial ou totalmente interditadas e avaliar a necessidade de adiamento do início do ano letivo. "Na quarta-feira vamos definir se as aulas começarão no dia 29 de janeiro ou 11 de fevereiro", disse a secretária de Educação Janet Thomas. 

Ontem, quatro equipes de engenheiros e técnicos da secretaria vistoriaram as unidades escolares, para avaliar a extensão dos danos. De acordo com Janet, o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Sandra Regina Maximiano Leme, no Jardim Leonor, na zona oeste, foi um dos mais danificados. O prédio apresenta rachaduras nas vigas de sustentação. 

A Escola Municipal Irene Aparecida da Silva, no Conjunto Jamile Dequech (zona sul), também está com a estrutura comprometida. Na Escola Municipal Maria Carmelita Vilela Magalhães, no centro, a cozinha e a biblioteca foram atingidas. Para garantir o funcionamento da escola, a Secretaria de Educação estuda a possibilidade de instalar uma cozinha móvel. 

"A maioria das escolas foram atingidas com mais ou menos intensidade. Em algumas, o telhado foi danificado, provocando alagamentos; em outras, a movimentação do solo comprometeu a estrutura. Vamos esperar os técnicos e engenheiros terminarem as vistorias para ter uma noção", explicou a secretária. Até ontem, 44 escolas já tinham sido vistoriadas. O número de escolas atingidas pode aumentar, pois a Secretaria de Educação ainda não esteve nas escolas rurais. 

Os alunos das escolas afetadas também podem iniciar o ano letivo em salas de aulas improvisadas. "Estamos buscando locais em igrejas para instalação de salas. Mas a nossa preocupação é encontrar um jeito de manter os alunos na escola", disse Janet. 

ESTADUAIS
Nove escolas do Núcleo Regional de Educação de Londrina também foram atingidas. Duas em Rolândia, quatro em Cambé, e três em Londrina. O Colégio Estadual Padre Wistremundo, no Parque Ouro Verde, na zona norte, foi o mais danificado. 
O núcleo está aguardando o laudo dos engenheiros para avaliar se o prédio terá condições de receber os alunos no dia 1º de fevereiro, quando voltam as aulas. "Um estudo mais aprofundado vai nos dizer quantas salas poderemos utilizar", disse Lúcia Cortez, chefe do Núcleo. 

O Colégio Estadual Carlos Mungo, no Conjunto Jamile Dequech, foi danificado pela enxurrada, que destruiu o muro da escola. Esta foi a segunda vez em menos de 45 dias que o colégio é invadido pela água que desce da PR-445. "Estou aqui há oito anos e nunca tinha visto nada igual", contou a caseira da escola Alice Cezarini, de 50 anos. "A lama derrubou o portão do estacionamento e foi entrando por tudo, foi até lá trás (apontando para a quadra de esportes), derrubou o muro e levou todo o asfalto da rua lá debaixo." 

No prédio ainda dá para ver as marcas deixas pela chuva. A quadra de esporte ainda está cheia de lama, mas tudo deve estar limpo até o início das aulas. Para evitar novas enxurradas, o colégio deverá construir um muro de contenção.

Fonte: Folha de Londrina