Secretaria da Educação admite que salário dos professores está abaixo do piso


Em reunião realizada nesta quinta-feira (17), no Palácio Iguaçu, em Curitiba, com os representantes do sindicato dos professores, que participaram de greve nacional , a secretaria de Estado da Educação admitiu que a remuneração dos profissionais no Paraná está abaixo do piso. Porém, ficou definido que a categoria será recebida, na próxima semana, pelo novo chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni (PSDB), para dar continuidade ao diálogo financeiro. "Esse debate foi feito e eles admitiram que não pagam o piso, mas, agora, se eles vão pagar é outra coisa", afirma a secretária educacional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP Sindicato), Walkíria Olegário Mazeto. 

"Por conta das mudanças de cargo que aconteceram essa semana, nossa pauta ficou prejudicada, a definição do piso ficou para semana que vem", completa Mazeto. Ela esteve na reunião e explicou que o deputado federal Valdir Rossoni deve agendar uma reunião assim que assumir a chefia, no próximo dia 21. Ele substituirá Eduardo Sciarra (PSD), que deixa o cargo por motivos pessoais e para preparar o partido para as eleições municipais deste ano. 

A adequação dos salários ao piso nacional é principal reivindicação dos educadores no estado. Já que o vencimento inicial para professores com formação de nível médio e jornada de 40 horas semanais, já com o o reajuste de janeiro de 2016, é de R$ 1982,05. Aproximadamente 7% a menos do que o piso, de R$ 2.135,64. 

"Eles [a secretaria] fizeram um levantamento com professores aposentados que foram contratados com magistério e ninguém recebe abaixo do piso. Mas, na referência da tabela de hoje, estamos abaixo", explica Mazeto. Os representes do sindicato também argumentaram que, desde a municipalização do ensino fundamental (do 1° ao 5° ano), os profissionais concursados devem ter ensino superior completo, ou seja, pertencem ao nível de licenciatura plena e, portanto, tem a remuneração inicial de 2,8 mil. O que não pode ser comparado com salário de R$ 2,1 mil, estipulado para professores com formação de nível médio, como veem sendo feito pelo Governo do Estado. 

Outras reivindicações 

Em relação a ampliação da jornada de trabalho, Mazeto disse que está em tramitação no Governo a medida que permite ampliação da jornada de 20 horas em 40, sem que o servidor precise fazer um novo concurso. Segundo discutido na reunião, a ampliação deve ser aprovada ainda este ano.

A secretária de Estado da Educação, professora Ana Seres, afirmou que o Governo do Paraná atende as demais reivindicações dos professores da rede pública de ensino. "A pauta é de um movimento nacional e o Paraná não se encaixa em nenhuma das reivindicações", afirmou a secretária. Por exemplo, a entrega de escolas à organizações sociais não ocorre no Paraná. O Paraná também não parcelou o pagamento de salários, como foi feito em outros estados. "Ao contrário, pagamentos integralmente os salários e o décimo terceiro e ainda fizemos a reposição da inflação, o que não ocorreu em outros estados brasileiros", afirmou Ana Seres. "Outro item da pauta nacional é a militarização de escolas, o que, igualmente, não acontece no Paraná", completou. 

Na reunião, a secretária confirmou a abertura dos protocolos para realização de novos concursos públicos na área da educação e reiterou que já foram solicitados estudos para escalonamento dos pagamentos de progressões e promoções. "Estamos empenhados em resolver essa questão", disse ela. 

Já foram disponibilizados em conta, nesta quarta-feira (16), os salários dos quatro mil professores contratados pelo Processo Seletivo Simplificado (PSS) para as reposições de conteúdo referente ao ano letivo de 2015, realizadas ao longo do mês de fevereiro. 

Reposição 

Durante a reunião com os representantes do sindicato dos professores, a secretária da Educação, professora Ana Seres, disse que a decisão sobre a forma de reposição aos estudantes, devido ao dia parado pela mobilização nacional, será decidida após reunião com os 32 chefes de Núcleos Regionais da Educação. Eles estarão em Curitiba nas próximas segunda e terça-feira (21 e 22). 

A orientação da Secretaria da Educação é que haja reposição (dia ou conteúdo) para que os estudantes não sejam prejudicados. Os detalhes serão definidos em conjunto entre a equipe técnica da Secretaria e as chefias de núcleos. 

Conforme o levantamento da Secretaria, 32% das 2,1 mil escolas do Estado aderiram à paralisação. "Muitas unidades funcionaram normalmente, inclusive o Pedro Macedo, de Curitiba, onde tive uma reunião de trabalho nesta manhã", disse a secretária. 

Fonte: Portal Bonde