Médicos das UPAs de Curitiba mantêm greve, e pacientes reclamam de demora no atendimento


Os pacientes que procuram atendimento nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Curitiba reclamam de demora no atendimento. Os médicos contratados pela Fundação Estatal de Assistência Especializada em Saúde de Curitiba (Feaes), que atendem nas UPAs da capital, estão em greve desde o dia 27 de julho.

Na UPA do bairro Fazendinha, a dona de casa Rafaela dos Santos, reclamou da demora de quase duas horas na espera pelo atendimento para o filho de um ano e dois meses. "Eu cheguei aqui era uma hora da tarde, lá dentro não têm nem dez crianças e eles não chamam", disse.

Na noite de terça-feira (15), a equipe de reportagem da RPC conversou com pacientes que aguardavam atendimento por até sete horas, em casos considerados não graves, na UPA do Pinheirinho.

"Não é justo, uma senhora de 65 anos ficar aguardando seis horas para ser atendida", reclamou a técnica de enfermagem Patrícia Nascimento da Silva, que estava no local.

A categoria em greve reivindica 4,5% de reajuste salarial. Eles consideram que devem, por isonomia, receber o mesmo percentual aplicado aos demais empregados da Feaes.

"Nós fazemos o atendimento no tempo que achamos necessário. Os pacientes que tem casos que não são tão urgentes vão ter que esperar um pouco mais. Isso é da própria greve, não tem como ser diferente, mas nenhum doente deixa de ser atendido", afirmou o médico Alceu Pacheco.

O prefeito de Curitiba, Rafael Greca, escreveu nas redes sociais que é "abusiva e desumana a greve dos médicos e que estão deixando os pacientes esperando". Greca disse ainda que os médicos "pedem 4,5% de aumento em um momento de depressão econômica e de queda de arrecadação".

A Feaes, que administra os contratos com os médicos, diz que não há dinheiro pra dar o reajuste à categoria, se não forem revistos os pagamentos de horas extras.

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Paraná (CRM-PR) foi notificado sobre a greve dos médicos pela Secretaria Municipal de Saúde, que pede que seja apurada a legalidade da greve, com relação a conduta dos médicos, já que a paralisação estaria atrapalhando os atendimentos de urgência.

O CRM-PR informou que convocou um médico fiscal pra fazer uma vistoria.

FONTE: http://g1.globo.com/pr