No ano passado, o Brasil bateu o recorde dos últimos 5 anos de crimes de feminicídio. Foram 1.459 mulheres mortas, segundo dados do Sinesp. O Paraná ficou em segundo lugar no estado onde mais houve tentativas de feminicídio.
No recorte de 2020 até 2024, o Brasil registrou a morte de 7.072 mulheres vítimas do feminicídio. Em 2024, houve aumento de 7,6%. Apesar da pequena recuada em 2023, com 1.448 mortes, o ano de 2024 bateu o recorde dos últimos cinco anos, com 1.459 vidas interrompidas. Os dados fornecidos pelo portal do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) evidenciam que cerca de quatro mulheres morrem por dia em razão do feminicídio.
Conhecida como Lei do Feminicídio, a norma alterou o Código Penal e passou a tipificar esse crime no Brasil em 9 de março de 2015. A legislação abrange assassinatos de mulheres em contextos de violência doméstica, familiar ou motivados por misoginia.
Em 2024, o Mato Grosso lidera o ranking de estado que mais matou mulheres, com cerca de 1,23 morte por 100 mil habitantes. Apesar de ter sido o segundo que mais recuou na quantidade de homicídios contra o sexo feminino, tendo em vista que em 2020 eram 1,72 morte por 100 mil habitantes, o número ainda é muito alto em relação aos demais estados.
O segundo semestre do ano passado consolidou um marco dramático para o estado do Paraná, que chegou ao ranking alarmante de segundo lugar em tentativas de feminicídio no país. O crescimento é de 20% de casos entre setembro de 2023 e 2024, e se relaciona com os recentes cortes nas políticas públicas de enfrentamento à violência contra as mulheres.
Londrina registrou cinco casos de feminicídio em 2024, de acordo com apontamento do Observatório de Feminicídios de Londrina (Néias). Quatro deles ocorreram nos dois últimos meses do ano, ceifando a vida de mulheres adultas e até de uma criança, pelo fato de serem mulheres.
A Central de Atendimento à Mulher, ligue 180, é um serviço público que atua no combate à violência contra as mulheres. A ligação é gratuita e está disponível 24 horas por dia, todos os dias da semana.
Em Londrina, as mulheres podem contar com a ajuda da Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica, Familiar e Sexual, que é coordenada pela Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (SMPM).
As vítimas de violência doméstica ou as pessoas que testemunharem atos de violência contra a mulher podem denunciar as agressões no Disque 180, pela Patrulha Maria da Penha da Guarda Municipal, no Disque 153, na Polícia Militar do Paraná pelo 190, que são serviços 24 horas por dia.
Na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) é possível denunciar ou pedir ajuda pelo (43) 3322-1633, que também recebe imagens, áudios e vídeos por Whatsapp, ou pelo e-mail dpmulherlondrina@pc.pr.gov.br.
Quem preferir pode ir pessoalmente na Rua Almirante Barroso, 107. Já a Delegacia de Plantão da Polícia Civil fica na Avenida Santos Dumont, 422, próximo à rotatória da Avenida Juscelino Kubitscheck, e atende 24 horas.
Para casos de violência com grave ameaça e risco de morte, as vítimas e seus dependentes menores de 18 anos devem recorrer a Casa Abrigo Canto de Dália, que as acolhe em local seguro e sigiloso. Para isso, deve ser procurado primeiro o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CAM), pelo telefone 3378-0132, e-mail cam.mulher@londrina.pr.gov.br ou pessoalmente na sede que fica na Av. Santos Dumont, 408, ao lado do 2º Distrito da Polícia Civil, e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
Após o fechamento do CAM, se a mulher necessitar ser abrigada -por estar em situação de violência doméstica com ameaça de morte-, a SMPM tem o plantão 24 horas. A mulher deve procurar o 2º Distrito Policial (Central de Flagrantes), que entrará em contato com os plantonistas.